Me inspirei no estilo de um dos pais do suspense e terror: Edgar Allan Poe.
Espero que gostem...
Relógio
Incessante
mover dos ponteiros do relógio.
Denunciam
que as horas passam sem remorso.
A
incandescência diária desponta no horizonte.
Através
da janela embaçada,
Não
é possível enxergar esperança.
Novo
dia, recebo-te com a face branda.
Apague
todos os temores da noite passada.
Aqueça-me
durante as lembranças,
Da
fria madrugada.
O
relógio não para, a vida escorre entre suas marcas.
Seis
horas aponta o insensível objeto.
Devia
sentir-me cansado.
Não
posso dizer que dormi.
Pois
não acordei.
Não
posso dizer que superei, pois não esqueci.
Como
direi que amei?
Se
encontro-me afogado na solidão.
Pare!
Objeto
maléfico, seu som mecânico e robótico,
Adentra
em minha mente.
Consume
minha sanidade.
Coloca-me
em estado primitivo.
Sim...
Seu
movimento é continuo.
Perpétuo.
Infinito.
Quem
dera fosse possível,
Fazer-te
funcionar ao inverso.
Voltar.
Voltar
para os tempos reluzentes.
Tempos
dançantes.
Ricos
em cores.
Ricos
em amores.
Amores
há muito esquecidos.
Da
vida varridos.
Despejados
em um beco qualquer.
Fito.
A
garrafa vazia,
Deixada
tombada em cima da mesa.
É
um péssimo hábito.
Porém
um consolo para almas errantes.
Que
vagam sozinhas.
Deixando
um rastro de melancolia,
Pelos
caminhos que percorrem.
Um
feixe de luz,
Reflete
em meus olhos.
Emergi-me
das trevas,
Por
alguns instantes.
Penso
estar salvo.
Até
ouvir o timbre infernal.
Cessa-te.
Pelo
zelo de minhas faculdades mentais.
Seu
movimento denúncia meu tormento.
Sua
natureza expõe minha derrota.
Dono
do tempo!
Controlador
da vida.
Castiga-me.
Enlouquece-me.
Tu
que guardas em teus meios
As
cores, as danças e os amores.
Imploro-te.
Os
atire na sombra do esquecimento.
Assim
permitindo,
Deixar-me
livre de consciência.
Para
suportar a descolorida, parada e rancorosa vida.
Oh!
Existência paradoxal!
Destrua
esse relógio maldito!
Liberta-me
do padrão infernal.
Aflige-me
a espinha dorsal da razão.
Urros
de dor rasgam o ambiente.
Raivosos
golpes dilaceram o coração.
Acorde-me
desse pesadelo que é viver sem você.
Matheus Natal
vamos se dizer que... esta praticamente perfeito
ResponderExcluirgostei bastante quando o autor envolve algo mecanico como o relogio com sentimentos que no que me parece seria um amor passado .... perfeito