terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Natal - A celebração da hipocrisia

Originalmente o Natal era uma festa pagã que com a expansão do cristianismo acabou tornando-se o suposto nascimento de Jesus Cristo, mesmo com algumas antigas escrituras afirmando que o mesmo nasceu em meados de Outubro.

Com a forte influência cristã no Ocidente a data logo tornou-se popular.

Não é novidade que religião e comércio sempre andaram juntos, não demorou muito para que Natal começasse a se tornar um sinônimo de consumismo.

Com a crescente hegemonia capitalista, a data passou a ser uma excelente fonte de renda e uma discreta forma de 'queimar' os estoques.

                                                  Compre, compre, compre...                                                                    
Imagine a seguinte situação:

Em uma casa nos Estados Unidos, com uma farta ceia natalina sobre a mesa, com uma linda árvore enfeitada repleta presentes embaixo, esperando o relógio marcar meia-noite para serem abertos vorazmente pelas crianças que aguardam impacientes.

O tempo faz sua parte e as crianças abrem os presentes, o pequeno John não está feliz com o que ganhou, ele queria um celular de última geração, porém ganhou um que considera antiquado. O garoto fica emburrado e diz que odeia sua vida. Se nega a sentar na mesa e participar da ceia, a comida em seu prato é jogada fora, enquanto os adultos ficam bêbados com o vinho.

Ao mesmo tempo na China crianças estão trabalhando incessantemente na linha de montagem da marca do celular que John queria receber. Elas esperam o fim da árdua jornada de trabalho na esperança conseguir dinheiro suficiente para poder garantir o jantar.

E ao mesmo tempo na Etiópia, cadavéricas crianças lançam seu último suspiro antes de morrerem famintas, ninguém lembrou delas, não possuíam alimento, água, dignidade e esperança.

Tudo isso ocorrendo ao mesmo tempo, que nome dar a essa situação senão HIPOCRISIA!

                                        Aonde está o 'presente dessas crianças?                                                          
O Espírito natalino

Algo 'mágico' que ocorre durante o Natal é o surgimento de uma entidade chamada Espírito natalino, essa entidade faz com que as pessoas passem a se importar mais com os outros, uma coisa rara na natureza egoísta do ser humano.

Muitos distribuem presentes aos pobres e não negam a esmola para morador de rua, creem que fazendo essas pequenas ações estarão com a consciência livre de culpa, porém esquecem que o ano não dura somente um dia, para realmente ocorrer uma mudança é preciso que o 'espirito natalino' exista todo o dia.

Dar esmola ao morador de rua e depois pisar sobre ele o resto do ano não o ajuda-rá , dar presentes ao necessitados não mudara sua condição financeira e social.

Se ao invés disso investissem na educação, gerariam oportunidades para que o pobre pudesse comprar seus próprios presentes.

Mas o ser humano prefere alimentar o próprio ego ao pensar na sociedade que o cerca, iludindo-se com suas falsas boas ações e camuflando o sentimento de impotência e culpa com consumo exacerbado de futilidades.


A circulação do dinheiro

Vamos pegar como exemplo o Brasil.

No final do ano o trabalhador brasileiro recebe o chamado décimo terceiro.

Para os que pensam que isso é um ato solidário do governo estão enganados, lembrem-se qual é a época do ano em que se cobra mais impostos e que também possui o mair índice de consumismo? 

A resposta é clara... O Natal.

Praticamente todo dinheiro do décimo terceiro é gasto para pagar as dívidas e com presentes, afinal em uma sociedade capitalista e egoísta, qual é a melhor demostração de amor, senão bens materiais. 

O trabalhador brasileiro é iludido pelo seus representantes e a culpa é exclusivamente nossa.

Quando iremos perceber que o melhor presente que podemos dar e receber... 

É o conhecimento.

 " eu quero que VOCÊ gaste muito, para provar que ama a sua família "
                             

                                                                                                                     
                                                                                              Um feliz Natal para todos...


                                                                                                                    Matheus Natal
                                                                                 

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