Olá caros leitores, fiquei muito tempo afastado devido necessidades pessoais (doença, escola, cansaço...), mas estou de volta com uma crônica de minha autoria para vocês, aproveitando para homenagear o dia do beijo.
Espero que gostem e que todos recebam muitos beijos!
O Pitoresco ato do Beijo
O beijo
Significado no dicionário da vida:
Transmissão de germes e bactérias feita de forma gratuita, às vezes paga (sai
mais caro o pacote do “programa”), com muito amor, ostentação e perseverança
pode-se levar para cama.
E para as donzelas presas em suas mazelas
de beleza, sofrem, sofrem, mas sem nunca perder a classe, desenvolveram a
capacidade de enxergar o feio por trás da harmonia natural.
Cativam-nos com seus lábios coloridos em
tons rubros, e suas pinturas faciais que escondem os dotes da idade, algumas
desejam retroceder para a juventude, outras avançar para a maturidade, com toda
consciência de meus imensuráveis desejos por tão chamativas artimanhas,
privo-me de um julgamento imparcial.
Mas e
o beijo?
Vamos estudar sua anatomia, ele pode ser: Longo,
rápido, escondido, roubado, tantas formas... É algo que se encaixa em qualquer
ocasião, qualquer lugar, a peça chave do quebra-cabeça da perversidade, “sem
tempo para beijar, sem tempo para viver.”
E o motivo que leva-nos a cometer tal ato
pitoresco?
Ora, já não basta nossa fornalha de
selvageria e prazeres carnais que ardem constantemente, sempre evitamos exalar
as cinzas e as substancias viscosas em público, não é ético, é imoral, mas
dentro de nossas mentes, os bacanais romanos são festas infantis.
Quando as observamos, cada detalhe
minucioso, o simples movimento do braço, a caminhada leve, os olhos fitos e
sombreados, gerando um ar de mistério e jactância, nesses momentos, pulamos a
fase do encontro, da conversa, do jantar caro para impressionar, da classe e
vamos direto para beijo, o beijo com gosto de sexo.
O beijo, que coloca-nos em um ambiente
confortável com pouca luz, o beijo que nos leva para a cama, para o sofá, para
a mesa, para a jacuzzi, para a
penumbra dos atos ímpios.
Temos o costume de que se citarmos a
palavra sexo, falar de amor em seguida ou de forma relacionada é
obrigatoriedade, então vamos falar de amor, amor que é grande, tão grande que
quando não cabe no coração, vai para as calças.
Amor que aloja-se na ponta de língua e é
transmitido através da reciprocidade do ato do beijo, mas o amor tem seus
defeitos, ele é narcisista, adora contemplar-se de suas conquistas, pena ter
uma memória fraca e constantemente esquecer-se dos martírios do passado.
Em suma, para existir a complexidade do
amor é preciso o misticismo do beijo, a inconstância e falta de direção da
língua, as mordidas e puxões no lábio, a troca cálida de olhares, o batom escarlate,
o salto alto e a bota cano longo de couro, o odor da vela aromática, os
arranhões nas costas, o suor no corpo...
Mas o que podemos fazer, o ser humano é
vassalo do sexo e amante do beijo.
Matheus Natal